O desconfinamento destes últimos dias traz-nos de novo à realidade. Ao mundo exterior. Depois de 2 meses no refúgio de uma redoma, abrimo-nos de novo ao lado de fora.
E procuramos de imediato o que nos era familiar, procuramos voltar aos rituais e aos costumes. Mas algo soa a estranho. Algo não está igual. O café está lá, o dono, o empregado, os reencontros. Tudo está lá...mas...algo não está. Ou algo está que não estava. As conversas são ainda sobre os medos, as mudanças, os efeitos, as análises. E é também o medo, a desconfiança, novas obrigações que agora pairam entre os corpos.
Começamos a experienciar como que a saudade de um lar ao qual não se pode retornar mais.
Pessoas que deixaram de ser o nosso refúgio. Mas que mesmo assim, tentamos inconscientemente voltar, pela saudade, pela nostalgia.
Este sentimento de não pertença poderá levar-te a tentar encontrar o teu lar em novas comunidades, novos corpos, novas pessoas, novas relações. Uma caminhada que irás percorrer até encontrares o teu novo lugar de pertença.
E buscando a sabedoria do passado, que lembranças podes recuperar dos lares que já não o são? Dos lares espirituais onde os povos antigos moravam, onde com a linguagem da alma se curavam do seu passado esquecido.
Reflecte nas aprendizagens que podes retirar no facto de estares a viver estas experiências nesse teu corpo, nesta realidade, neste momento do planeta.
Como te podes comprometer mais plenamente com a tua vida?
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